Home Performance Pedagógica Quais são os sinais da depressão na adolescência e como a escola deve atuar?

Quais são os sinais da depressão na adolescência e como a escola deve atuar?

Quando os alunos tiram notas mais baixas, podem estar dando um dos primeiros sinais da depressão na adolescência, já que há uma estreita relação entre a tristeza de um adolescente e o seu desempenho escolar. Infelizmente, não é fácil para os responsáveis e outros membros da família perceberem os sinais dessa doença mental.

Existe uma tendência comum de confundir a mudança de humor, a timidez e a pouca comunicação, sintomas da depressão, com o próprio estágio da adolescência. No entanto, uma queda nas notas pode fornecer evidências claras de que há algo errado, fazendo com que a equipe escolar tenha um papel fundamental ao ajudar o adolescente nessa luta.

Continue a leitura a seguir e entenda melhor sobre os sintomas da depressão na adolescência e como a escola pode auxiliar no combate ao problema!

Quais são as causas para a depressão na adolescência?

A depressão é um dos maiores problemas na atualidade, e a sua incidência tem aumentado muito na sociedade moderna, atingido não somente adultos, mas crianças e adolescentes também.

Algumas questões, como expectativas acadêmicas, influência dos colegas e alterações no corpo, podem trazer muitas alegrias e tristezas para os jovens alunos. Mas, para alguns, os pontos baixos são mais que sentimentos temporários.

A depressão na adolescência não é somente uma fragilidade ou algo que pode ser vencido com força de vontade, pois, muitas vezes, pode gerar consequências graves e requerer um longo tratamento. Para a maioria dos adolescentes, os sintomas diminuem com medicamentos e aconselhamento psicológico.

Na realidade, não se sabe exatamente o que desenvolve a depressão, mas diversos problemas podem estar envolvidos na doença. Confira.

Química cerebral

Os neurotransmissores são elementos químicos cerebrais de ocorrência natural que transferem sinais para outras partes do corpo e do próprio cérebro. Quando esses produtos químicos são prejudicados ou anormais, a função dos receptores e sistemas nervosos muda, levando à depressão.

Hormônios

As modificações no equilíbrio hormonal do corpo podem estar envolvidas na causa ou no desencadeamento da depressão.

Traços herdados

A depressão ocorre com mais frequência em pessoas cujos parentes de sangue, como um dos pais ou avós, também têm a doença.

Trauma da primeira infância

Acontecimentos traumáticos na infância, como abuso emocional ou físico, ou até mesmo a perda de um dos pais, podem causar mudanças no cérebro que tornam a pessoa mais propensa à depressão.

Padrões de pensamento negativo

A depressão na adolescência pode estar associada a aprender a se sentir desamparado, em vez de compreender como se sentir capaz de solucionar os desafios da vida.

Quais são os sinais da depressão na adolescência?

Os sinais da depressão na adolescência incluem mudanças na atitude e no comportamento do jovem, que muitas vezes se confundem com falta de educação. Contudo, na verdade, a doença pode ocasionar sofrimento e sérios problemas nas atividades sociais, na escola, em casa e em outros campos da vida.

Os sintomas da depressão podem variar conforme a gravidade da doença, mas há algumas alterações no comportamento e nas emoções do jovem que são mais comuns. Veja a seguir.

Mudanças emocionais

Muitos adolescentes não sabem como lidar com vários sentimentos e sensações novas e tendem a reagir de maneira inconsequente e impulsiva. Fique em alerta para mudanças emocionais como:

  • sentimentos de tristeza, que podem somar crises de choro sem razão aparente;
  • desilusão ou sentimento de raiva por motivos banais;
  • sensação de vazio;
  • mau humor e irritabilidade;
  • desinteresse nas atividades cotidianas;
  • conflito com família e amigos;
  • baixa autoestima;
  • sentimento de culpa;
  • fixação em erros passados, autocensura ou autocrítica exagerada;
  • sensibilidade à rejeição ou fracasso e necessidade de garantias excessivas;
  • problemas para se concentrar, pensar, tomar decisões e se lembrar das coisas;
  • pensamentos constantes de morte ou suicídio.

Mudanças comportamentais

Na maioria das vezes, os adolescentes mudam a forma como se vestem, se dedicam a novas atividades ou demonstram novos interesses que podem parecer estranhos para quem os conhece desde a infância. Porém, outras vezes, podem desenvolver comportamentos de risco, como violação de regras, uso de substâncias ilícitas e atitudes promíscuas. É importante observar as mudanças de comportamento a seguir:

  • cansaço constante e falta de energia;
  • dormir muito ou insônia;
  • alterações no apetite e no peso;
  • consumo de drogas ou álcool;
  • inquietação ou agitação, por exemplo, caminhar de um lado para o outro ou torcer as mãos;
  • fala, pensamento ou movimentos corporais mais lentos;
  • reclamações frequentes de enxaquecas e dores inexplicáveis no corpo, que podem incluir visitas rotineiras à enfermaria da escola;
  • isolamento social;
  • baixo desempenho escolar ou faltas frequentes na escola;
  • falta de atenção à aparência ou à higiene pessoal;
  • momentos de raiva, atitude perturbadora ou arriscada;
  • autoagressão, por exemplo, queimadura ou cortes;
  • plano ou tentativa de suicídio.

A equipe escolar e os responsáveis podem encontrar dificuldades em entender se o problema tem relação com os altos e baixos que fazem parte da adolescência ou se é depressão. É fundamental dialogar com o jovem estudante para avaliar se ele consegue lidar com sentimentos desafiadores ou se a vida lhe parece opressora.

Se os sinais de depressão continuarem ou começarem a interferir na vida do adolescente a ponto de causar preocupações sobre o suicídio, será necessário conversar com um médico ou profissional de saúde mental habilitado. A equipe escolar poderá ajudar recomendando alguém e adotando as seguintes estratégias:

  • estimulando atividades físicas e artísticas para controlar o estresse, aumentar a resiliência e melhorar a autoestima, ajudando o adolescente a lidar com os problemas quando eles surgirem;
  • promovendo a convivência em grupo com trocas de experiências, amizade e apoio social;
  • orientando sobre a busca de tratamento ao primeiro sinal de um problema para ajudar a prevenir o agravamento da depressão.

É muito importante que a escola esteja atenta aos sinais da depressão na adolescência, entre em contato com os responsáveis e ajude no combate à doença em alunos adolescentes. É muito difícil que os problemas causados pela depressão melhorem por conta própria, podendo piorar ou levar a outras adversidades se não forem tratados corretamente.

Gostou do artigo e quer saber mais sobre gestão escolar? Aproveite e leia também “6 dicas para promover o diálogo na escola com os alunos“.

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